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Greek riot damage bill nears 200 million euros
Sporadic violence erupts in Athens week after killing
Manifestations dans la calme en Grèce
Nouvelles manifestations mais pas de heurts en Grèce
Athènes secoué par une série de mini-attentats
Ministry offices burnt; demonstration from point of assassination of Alexandros is set to start
Artigos:
Grecia y el derecho a rebelarse - Javier Ortiz
The longest week of our lives
Grécia 3: o neo-socialismo
Com os recentes acontecimentos na Grécia, voltou o disparate do culpado chamado neo-liberalismo. Para os senhores mais esquecidos, que pululam um pouco por essa blogosfera, lembro que o socialista PASOK (Greek: Πανελλήνιο Σοσιαλιστικό Κίνημα, Panellinio Sosialistikó Kínima, ΠΑ.ΣΟ.Κ), governou a Grécia desde 1981, sendo maioritário durante as décadas de 80 e 90 - e mantendo o domínio político no início do século XXI. O PASOK de Andreas Papandreou, amigo do dr. Mário Soares, recorde-se. Apesar de estar no poder a Nova Democracia, de direita, o Estado continua a ter uma presença substancial na economia grega. A extrema-esquerda consegue um pequeno crescimento com os mitos neo-liberais. Curioso é que se aprove este tipo de manifestações violentas. Já estiveram mais longe de chegar a Portugal.
Paulo Pinto Mascarenhas, Atlântico
Violência de Estado
Liguei o computador para escrever sobre a situação na Grécia. Contudo, em tempos de globalização, começo por Portugal.
A primeira página do Público e a notícia online, informam sobre as multas que as Finanças estão a aplicar aos trabalhadores a recibo verde e que já havia lido ontem no blog da Ferve.
A história conta-se rapidamente. Os trabalhadores independentes estão a receber notificações de multas pela falta de entrega de uma declaração anual do IVA. Esta declaração duplica a informação já prestada nas declarações trimestrais ou mensais. Não se trata de uma tentativa de burla, o dinheiro do IVA foi todo entregue, o contribuinte apenas revela não ter tido conhecimento da necessidade de entrega desta nova declaração. A novidade da lei apenas motivou que os trabalhadores que não foram informados, caíram na armadilha.
Assim sendo, as Finanças, estão a notificar os contribuintes com esta declaração em falta, para pagarem 248,00 € (dois anos de multa), ameaçando que a contestação poderá aumentar a multa para uns módicos 2500,00 €/ano. Caso os duzentos mil contribuintes que estão com a arma apontada à cabeça paguem, o Estado encaixará 50 milhões de euros, até ao final do ano.
À priori, diria que não é fácil identificar socialmente os trabalhadores independentes, como um todo. Nem todos são trabalhadores precários, nem todos têm rendimentos baixos. Contudo parece-me não ser muito arriscado afirmar que nestes 200 mil contribuintes estarão integrados praticamente todos aqueles que, embora mantendo os recibos verdes, não tem qualquer rendimentos de categoria B (preenchendo trimestralmente a declaração do IVA a zeros) e os trabalhadores com baixo rendimento e trabalho ocasional/temporário com maiores dificuldades de obtenção de apoio contabilístico. Portanto, parece-me justo afirmar, que esta potencial receita extraordinária de 50 milhões de euros, caso tudo corra bem ao pior Ministro da Finanças, conseguirá ser retirada a uma parte dos portugueses mais pobres e carenciados. Julgo que, nem a figura mais vesga ou inocente deste país, terá dúvidas sobre qual o destinatário destas receitas de final de ano: a banca.
A pouco expressiva contestação social de classe, apesar do aumento da conflituosidade social sectorial, leva a que o governo, em tempos de crise, ainda consiga aumentar mais o fosso entre ricos e os pobres, numa acção muito mais violenta que o incendiar de uma agência bancária.
Tiago Mota Saraiva
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