Documentos:
PFLP: "Urgent call to Greek people: Block the shipment of US arms to Israel through Greek
Testemunhos:
Diário de Atenas IV
“Para os Bancos dinheiro, para a juventude balas. Chegou o nosso tempo”
São milhares de pessoas que se vão concentrando em frente à Universidade. Um mar de gente. Na manifestação de hoje, há estudantes universitários. E há sindicalistas. Os professores – do ensino primário, do secundário e do superior – marcam presença com faixas próprias e o sindicato da Função Pública marcou greve para hoje. Mas a maior parte da manifestação que ocupou as ruas de Atenas é gente muito mais nova: centenas, milhares de jovens de 13, 14, 15, 16 anos. Têm a mesma idade de Alexis, o colega deles que a polícia matou.
Homens a sério?
Na cabeça da manif, vai o pessoal do Politécnico. É lá que têm acontecido os principais protestos e ocupações. É considerada a escola mais radicalizada à esquerda. Foram lá as principais assembleias, com centenas de estudantes, homens e mulheres a tomar a palavra para mudar a vida. Mas hoje quem vai à frente é uma fileira só de homens. Só homens que seguem alinhados, de escuro, com paus nas mãos e marcham ordenadamente ao som de músicas de parada militar.
“A nossa raiva transborda”
Acabada a manif, a maioria das pessoas vem embora. A polícia, estrategicamente colocada por todas a ruas, cerca os manifestantes que ficaram no final, sobretudo anarquistas. Há algumas dezenas de pessoas que se protegem dentro de um mini-mercado, situado em frente a um hospital A polícia começa a deitar gás pimenta na rua e para o mercado. O dono da mercado está do lado dos manifestantes que se protegem da polícia. Os advogados que trabalham com o movimento tentam comunicar com os jovens. Do hospital, há médicos que saem para socorrer os manifestantes. A polícia detém toda a gente e distribui porrada por quem passa. Até a um dos doentes que sai do hospital. Os manifestantes cercam a carrinha da polícia onde entretanto estão os detidos.
Liberdade
As ruas transformam-se em campo de batalha. Caixotes a arder, pedras pelo ar. Junto ao fumo, o efeito do gás lacrimogéneo é atenuado. Manifestantes, médicos e advogados detidos são levados para a sede da polícia. A convocação de nova acção é imediata. Em meia hora, mobilizam-se centenas de pessoas: serão cerca de mil os que se concentram pacificamente em protesto frente à sede geral da Polícia. Mais gás lacrimogéneo obriga as pessoas a correr. A polícia aproveita para dividir a concentração. As pessoas não desistem. Ficam a cantar e a dizer palavras de ordem. Liberdade! Não arredam pé até os detidos serem libertados.
Definição de violência
Constatina Couneva continua no hospital. Hoje foi lembrada na manif. Mulher, imigrante búlgara na Grécia, empregada de limpeza, precária a part-time, Constantina tinha todas as condições para se calar. Mas não. Fundou um sindicato único nas condições mais difíceis. Num sector marcado pelo abuso, onde os patrões se aproveitam do isolamento, do trabalho clandestino, onde as agências de trabalho temporário extorquem os trabalhadores, ela e as suas companheiras tiveram a coragem da dignidade. A Confederação Sindical Grega, que é única e hegemonizada pelo PASOK (o partido socialista grego, um dos que alterna no poder) nunca apoiou a sério o sindicato. Desde que ela foi hospitalizada, depois de ter sido atacada com ácido sulfúrico em Dezembro, no regresso a casa, a confederação não teve um acto de solidariedade que se visse. Constantina só contou com o apoio empenhado dos estudantes, dos anarquistas e de algumas organizações da esquerda. Sabe-se que, por causa do ácido, já não vê de um olho e não consegue falar. Os patrões nunca toleraram que os precários pudessem ter uma voz.
Zé Soeiro
via http://canardlibertaire.blogspot.com/2009/01/dirio-de-atenas-iv.html
The Popular Front for the Liberation of Palestine calls upon the Greek movement, the Greek people and all international progressive forces to halt the planned shipment of U.S. arms to Israel from the Greek port of Astakos. International media reports have revealed that the U.S. Navy is attempting to ship 325 20-foot containers of ammunition, over 3000 tons, in an emergency shipment of arms to aid the occupation in its ongoing war crimes against the Palestinian people in Gaza.The PFLP is calling upon the people of the world, and particularly the Greek movement to act to stop this shipment of arms. The U.S. has been attempting to hire a merchant ship to transport the weaponry to the Israelis at Asdud port in mid- to late January. This weaponry must not be allowed to enter the hands of the Israelis, where it will be used to massacre our people in Gaza! It must be stopped by all means!These bombs are going to be used in Israel's wars - against Palestinians, Lebanese, Arabs, Iranians, and the people of the region. This emergency shipment indicates that the occupier is demanding ever more weaponry in its futile war of massacres against the Palestinian people and the Palestinian resistance.The demand of the Palestinian people, the Arab people, and all progressive forces - including the progressive forces in the U.S. - is the international isolation and the end of all U.S. aid to Israel. The U.S. government, however is Israel's strategic partner, and is committed to partnering with Israel in its massacres and crimes against our people. If they will not stop the arms shipment, the people of Greece and the people of the world must stop it for them!The PFLP salutes the Greek people - your unconditional solidarity and your mass demonstrations in support of the Palestinian people have sent a strong and powerful message of support, combined with aid, volunteers, and action on the ground. Your own courageous struggles for justice have inspired us and people around the world.We are calling upon:1. All Greek companies and all shipping companies to refuse to carry any shipment of arms to Israel. Any shipping company who carries these weapons has the blood of the people of Gaza on its hands!2. Greek workers and all port workers to refuse to load the cargo for any shipment of arms to Israel. The strong hands of Greek workers and Greek labor should not be sullied with this dangerous cargo!3. The Greek government to prohibit the use of its port to ship arms to the occupation state massacring our people!4. The Greek people, the Greek movement, and all international and progressive forces to take action to stop any such shipment from loading or leaving the port of Astakos!The PFLP is calling for your continuing unconditional solidarity and support to prevent the U.S. and Israel from using the land and ports of the Greek people a supply base for occupation, massacres, and crimes.The Greek people have a proud history and present of struggle. The relationship between the Arab people and the Greek people is strong and powerful and we call upon you today to march with us once again toward victory and justice for the Palestinian people and block this arms shipment!Popular Front for the Liberation of PalestineJanuary 10, 2009
Testemunhos:
Diário de Atenas IV
“Para os Bancos dinheiro, para a juventude balas. Chegou o nosso tempo”
São milhares de pessoas que se vão concentrando em frente à Universidade. Um mar de gente. Na manifestação de hoje, há estudantes universitários. E há sindicalistas. Os professores – do ensino primário, do secundário e do superior – marcam presença com faixas próprias e o sindicato da Função Pública marcou greve para hoje. Mas a maior parte da manifestação que ocupou as ruas de Atenas é gente muito mais nova: centenas, milhares de jovens de 13, 14, 15, 16 anos. Têm a mesma idade de Alexis, o colega deles que a polícia matou.
Homens a sério?
Na cabeça da manif, vai o pessoal do Politécnico. É lá que têm acontecido os principais protestos e ocupações. É considerada a escola mais radicalizada à esquerda. Foram lá as principais assembleias, com centenas de estudantes, homens e mulheres a tomar a palavra para mudar a vida. Mas hoje quem vai à frente é uma fileira só de homens. Só homens que seguem alinhados, de escuro, com paus nas mãos e marcham ordenadamente ao som de músicas de parada militar.
“A nossa raiva transborda”
Acabada a manif, a maioria das pessoas vem embora. A polícia, estrategicamente colocada por todas a ruas, cerca os manifestantes que ficaram no final, sobretudo anarquistas. Há algumas dezenas de pessoas que se protegem dentro de um mini-mercado, situado em frente a um hospital A polícia começa a deitar gás pimenta na rua e para o mercado. O dono da mercado está do lado dos manifestantes que se protegem da polícia. Os advogados que trabalham com o movimento tentam comunicar com os jovens. Do hospital, há médicos que saem para socorrer os manifestantes. A polícia detém toda a gente e distribui porrada por quem passa. Até a um dos doentes que sai do hospital. Os manifestantes cercam a carrinha da polícia onde entretanto estão os detidos.
Liberdade
As ruas transformam-se em campo de batalha. Caixotes a arder, pedras pelo ar. Junto ao fumo, o efeito do gás lacrimogéneo é atenuado. Manifestantes, médicos e advogados detidos são levados para a sede da polícia. A convocação de nova acção é imediata. Em meia hora, mobilizam-se centenas de pessoas: serão cerca de mil os que se concentram pacificamente em protesto frente à sede geral da Polícia. Mais gás lacrimogéneo obriga as pessoas a correr. A polícia aproveita para dividir a concentração. As pessoas não desistem. Ficam a cantar e a dizer palavras de ordem. Liberdade! Não arredam pé até os detidos serem libertados.
Definição de violência
Constatina Couneva continua no hospital. Hoje foi lembrada na manif. Mulher, imigrante búlgara na Grécia, empregada de limpeza, precária a part-time, Constantina tinha todas as condições para se calar. Mas não. Fundou um sindicato único nas condições mais difíceis. Num sector marcado pelo abuso, onde os patrões se aproveitam do isolamento, do trabalho clandestino, onde as agências de trabalho temporário extorquem os trabalhadores, ela e as suas companheiras tiveram a coragem da dignidade. A Confederação Sindical Grega, que é única e hegemonizada pelo PASOK (o partido socialista grego, um dos que alterna no poder) nunca apoiou a sério o sindicato. Desde que ela foi hospitalizada, depois de ter sido atacada com ácido sulfúrico em Dezembro, no regresso a casa, a confederação não teve um acto de solidariedade que se visse. Constantina só contou com o apoio empenhado dos estudantes, dos anarquistas e de algumas organizações da esquerda. Sabe-se que, por causa do ácido, já não vê de um olho e não consegue falar. Os patrões nunca toleraram que os precários pudessem ter uma voz.
Zé Soeiro
via http://canardlibertaire.blogspot.com/2009/01/dirio-de-atenas-iv.html
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