Porque a informação tem sido parca e os acontecimentos nos parecem relevantes, um local onde se reúnem documentos.

São tão necessários quanto bem-vindos todos os contributos, independentemente das posições ou perspectivas assumidas perante os factos, para faladagrecia@gmail.com.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

20 de Dezembro de 2008

Documentos:


Psalms of Planets

Riots in Greece | Designers reaction

http://www.flickr.com/

A collection of posters created by greek graphic designers, inspired by the latest event in Greece. The death of a 15 year old kid shot by a cop, and all the reasons that lead to clashes on the streets of Athens and several thousand people protesting at the government’s economic policies, as part of a general strike. RIP Alex.

Contemporary Greek Tragedy
riots2008-4riots2008-2
Contemporary Greek Tragedy + two more | Nassos K.

Dead On Arrival
Dead On Arrival | Petros Voulgaris Design Insane

We Don't Forget
We Don’t Forget | Seb Nikolaou seb design

So far So Good
So far So Good | Stavros Georgakopoulos til01

Target Group
Target Group | Aggelos Grontas black:white

Advertisement doesn’t need murdered 15 year olds. They don’t belong in a target group.

Are we all innocent
Are we all innocent? | Theodore Dounas ar_lav

Nea Dimokratia logo
Nea Dimokratia logo | Kaltsovrako

Run it
Run it! | dpgr

Disarm Police Now
Disarm Police Now | Christos Kourtoglou masterview_

Beware
Beware | Golfis golfis.deviantart

Sorry guys
Sorry guys | Théo gennitsakis

Different color same shit
Different color same shit | Theta75 Point of Design

You cannot fight stupidity
You cannot fight stupidity | B+

Shame to all of us
Shame to all of us | Dany Ef

Enough
Enough | Marios Zaharopoulos

Justify
Justify | George Strouzas

Visit the land of democracy
Visit the land of democracy | Geladakis Giorgos

Strawberry flavor
Strawberry flavor | Vlada Podroushnyack

be-lie-ve
be-LIE-ve | Aphrodite Ioannou afrouli

Athens 2008
Athens 2008© | Dionysis Livanis the design shop

Fountain of life
Fountain of life | Alexandra Kopanidou ant design
Who said that water is a fountain of life? In Greece, a bottle of water can kill you.

My Sweet Revenge
My Sweet Revenge | John Babalos

maria-01
Maria Mikro Analogo (one more)

Caution
Caution! | Stavroula V. Economou Purple Design (one more)

Apathy
Apathy | Mandy Damiraly THE DESIGN
Their apathy kills us

Trigger Black font

Trigger Black font | Giannis Aggelakos | sokalegga
Freedom needs courage and virtue

Bubble
Bubble | Dominika Lenart alargeuo
1. very thin rubber membrane, or another round shape, which inflates with air or other gas; ballon. 2.a. bubble, air, empty words b. something viewed as important, as ambitious and ultimately proved meaningless, empty and short-lived

03
Bullet | Nikos Tsoutis
The bullet that became a dot

barouti
Gunpowder | Yannis Kazantzoglou

Please let me breathe






Notícias:

Neighbourhood demonstrations across Athens; more anarcho-transportation actions and radio station occupations; demo at point of assassination set to start
800 schools and 200 university departments occupied; national theatre premiere stopped; international solidarity day is here


Artigos:


A besta

Aqui ficam, como resposta aos muitos comentários de desagrado por o que escrevi nos dois últimos posts sobre a violência na Grécia, algumas considerações sobre a violência e a política:

Ficou claro, desde o principio, que sou solidário com as razões das manifestações e que, como quase sempre, a esmagadora maioria dos manifestantes são pacíficos. O que aqui escrevo é sobre a violência e não sobre tudo o que se passa na Grécia, que é bem mais do que a violência e provavelmente bem mais significativo e interessante. No início, depois da morte de um jovem de 15 anos, compreendia-se algum excesso. Mas depois esperar-se-ia algum sentido político no que se vai fazendo. Mas há sempre uma minoria excitada que deita tudo a perder.

Não é difícil imaginar que estas manifestações, que começaram por ter a solidariedade de milhões de gregos, dificilmente terão grande simpatina popular depois desta “orgia de violência”. Mas para muitos isso é que é sinal de determinação: perder o máximo de apoio possível no mínimo de tempo possível. Isso sim, mudará alguma coisa. Em alguns blogues nota-se mesmo o pior dos sinais: a estitização da violência.

Sou, por princípio, contra a violência como arma política. Não por ser mais ou menos moderado, mas porque sou pacifista, o que, deixem-me que vos diga, é até bastante revolucionário. Posso, em casos limite, até compreender a violência, mesmo que me repugne. Não é definitivamente o caso da Grécia. São este tipo de imagens permanentes que quase destruíram os movimentos alterglobais, apesar dos que a eles se dedicam com tanto afinco não passarem de pequenas franjas das manifestações. São também eles que darão força à direita grega. A não ser, claro, que se ache incendiar lojas é uma questão de princípio, um sinal de firmeza política. A mim, em geral, parece-me sinal de fraqueza e de falta de rumo.

A violência política é sempre uma forma de brutalidade que aproxima quem a usa daqueles que dizem combater. A violência é sempre uma forma de bestialização humana, um sinal de estupidez, e, pior, uma forma de opressão. Sempre. A violência é o contrário da igualdade, da liberdade, da democracia em acção, da participação. É a lógica da lei do mais forte no que ela tem de mais animal. Por vezes até poderá ser inevitável. Todos nos lembramos de vários casos em que assim foi. Em casos mais do que extremos. Não é assim na Grécia, como é evidente.

Acredito que haja quem ache que isto é sinal de falta de vigor político. Que me irá explicar que a revolução (onde está ela?) não é um chá dançante, que violento não é o rio que tudo arrasta mas as margens que o oprimem (desculpem misturar Brecht com Arnaldo Matos). Não passa de retórica. Neste caso, como nas manifestações do movimento alterglobal, a violência de pequenos grupos é uma escolha, uma estratégia de comunicação de quem desistiu, ou não tem força, ou não tem capacidade de fazer política de outra forma. Em muitos casos tapam a cara e não se importam que sejam outros a responder perante o povo pelos seus actos. Ou, pior ainda, é puramente lúdica. Para partir uma montra basta uma pedra. A política que muda exige muito mais. Trabalho de sapa, de unidade, de argumentação. Sim, agora digo eu, não é um chá dançante.

A resistência pacífica, a desobediência civil e a imaginação são sempre mais eficazes. A violência é só a repetição do que se quer combater. Quando vejo alguém sacar de uma pedra ou de um cocktail molotov, de uma arma ou de um bastão, para libertar os outros, suspeito logo que um dia a sua força bruta, que agora se diz bem-intencionada, será dirigida a quem se prometeu a liberdade. Justificar a violência da contestação com a violência policial é só imitar o que se diz combater. Se as causas são outras, outros têm de ser os métodos. Porque os meios fazem os fins. Como podem combater a opressão mostrando como me irão oprimir?

Daniel Oliveira (http://arrastao.org/)




o último bastião entre nós e a barbárie é o Daniel Oliveira.

No arrastão o Daniel finca o pé ante a "orgia de violência". Eu duvido que o Daniel tenha mais informação da que dada por um par de jornais e eventualmente veiculado lá pelo equivalente grego do BE. Que o Daniel não ache grande piada à metodologia escolhida por uns quantos não é novidade e esta mesma discussão é mais ou menos recurrente, uma outra estrela de esquerda, o Rui Tavares, decorre sobre ela de modo bastante mais capaz nos comentários de um par de posts mais abaixo. Não tenho grande vontade de entrar na discussão já que nenhum dos lados está a apresentar argumentos novos ou brilhantes, eu por mim concordo que "a victória pertencerá a quem souber usar a violência sem a amar".

De qualquer maneira no arrastão está a seguinte Danielada:

"São este tipo de imagens permanentes que quase destruíram os movimentos alterglobais, apesar de não passarem de pequenas franjas dos com eles se manifestam"

Ou o Daniel é voluntariamente ingénuo ou é mentiroso. Eu pedia-lhe, Daniel, que me explicasse como é que os black blocs e tutti bianchi et al quase destruiram os movimentos "alter"globais...

Eu lembro-me da coisa de maneira algo diferente: Primeiro houve Seattle, inesperado, e Praga, selvagem. Circularam por todo o mundo as imagens dos motins e dos confrontos que deram uma atenção mediática inesperada a movimentos que voavam debaixo do radar. Depois houve Génova, um banho de sangue. E SÒ DEPOIS chegou o bloco com todos esses militantes reciclados que mudaram o nome de anti para alter e que foram a Espanha apanhar chapadas. E depois o movimento alterglobal morreu. O Negri dirá mais ou menos isto na Multitude. Ainda me lembro do Jorge Costa, falando em nome de um partido que só por acaso passou em Génova, estar a dizer num qualquer debate quem era e quem não era parte do movimento no-global, a situação não é só asquerosa, é também extremamente ridícula

[Party Program]
(http://www.spectrum.weblog.com.pt/)


Vídeos pessoais:


Sem comentários:

Enviar um comentário